terça-feira, 26 de maio de 2009

Explicação do coiso


Encontrei esta pérola no Blog oficial de Fernando Alvim.
O próprio tenta explicar a função e objectivos do uso de palavrões, e eu, como é obvio, no fim de atenta leitura, fico com a sensação que alguns docentes da ESAP devem sentir o mesmo, alterando a função do dito palavrão, pelo tão apaixonante coiso.
Posto isto, não resisti á viciação do texto e realizei algumas pequenas mudanças.
Ora atentem...

"Gosto de usar um bom palavrão de vez em quando, e acreditem que não é só na intimidade. Mas um palavrão mais do que uma qualquer palavrinha, não pode ser usado de forma displicente. Por isso é que é um palavrão caramba. Uma palavrinha é uma menina, um palavrão é um homenzarrão com barba rija. E um bom palavrão tem que ser dito com a boca toda, cuspindo ira e raiva, zurzindo revolta, revirando os olhos como nos filmes do Freddy Krugger e fazendo lembrar as manifestações da UGT UNIDADE SINDICAL, quando gritavam "40 horas já!" ainda com Torres Couto, ostentando um fartíssimo bigode.

Daí que um palavrão não possa ser usado de animo leve. E foi exactamente o que se viu, no início dos anos 90, quando os trailers dos filmes portugueses os ostentavam de forma luxuriante. Ficou famoso o trailer de Adão e Eva, onde Maria de medeiros dizia: Vai à merda! e o outro Joaquim dizia: Vai tu. E em casa, em frente ao computador, eu comentava: De facto, deviam ir os dois.

Contudo, o meu palavrão preferido é foda-se coiso. No domínio da moda, diria que o foda-se coiso é o Armani dos palavrões. Mas o mais curioso, é que usado de forma isolada, o foda-se coiso não tem a impetuosidade que lhe é pedida. foda-se coiso, precisa sempre de um auxiliar, da mesma forma que o Jardel precisava do João Pinto para os centros, a Teresa Guilherme do Manuel Luis Goucha, os Gémeos Castro da maratona das amendoeiras. O foda-se coiso precisa – e peço já desculpa pelo vernáculo – o foda-se coiso precisa de um sonoríssimo caralho pah. Um foda-se caralho coiso pah é superior a 200 foda-se coisos. Eu quando estou muito chateado digo foda-se caralho coiso pah, e quando só amuo e abano as orelhitas em sinal de resignação digo simplesmente, foda-secoiso. Na verdade, digo foda-se coiso e lá vou indo.

No domínio dos palavrões, não há ninguém melhor que o pessoal da bola para servir de exemplo, e a esse nível constato com grande inquietude que o palavrão preferido dos jogadores de futebol é: "puta" porreiro pah. A bola vai ao poste e "puta" porreiro pah. Bola fora e "puta" porreiro pah. E até já vi – aqui vos juro – o Liedson a falhar um lance de cabeça, olhar para o céu e quando todos pensavam que fosse pedir ajuda a Deus, apenas disse "puta" porreiro pah.
Nisso os jogadores são diferentes dos treinadores. Os treinadores não são adeptos do palavrão "puta" porreiro pah mas tão só do já referido foda-se caralho coiso pah. Treinador que seja um treinador a sério, tem que se levantar do banco logo a seguir a um lance falhado da sua equipa, e dizer um mais do que justíssimo: foda-se caralho coiso pah. Nomes como Jorge Jesus, José Mota, Toni e até Jesualdo Ferreira são dos melhores embaixadores do foda-se caralho coiso pah. Autênticos foda-carelhenses coisoólicos de excepção. Não existissem estes valorosos homens e esta expressão não seria hoje esta estupenda referência nacional. Muito bonita, de resto."

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